terça-feira, 26 de maio de 2009

Entrevista para a VEJA on-line

Olhando e-mails recebidos, deparei-me com o conteúdo completo de entrevista que concedi ao repórter Luís Barrucho, que entrou em contato comigo durante o mês de fevereiro de 2009.

Parte da entrevista foi publicada pela VEJA on-line, e pode ser conferida no endereço: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/papel-professor-manter-se-antenado-430583.shtml

Reproduzo abaixo o conteúdo integral da entrevista, que foi realizada por e-mail:

1) Você mantém um blog. De que forma ele te auxilia no ensino? E no rendimento dos alunos?

O blog foi tomando corpo diante de uma necessidade urgente de se produzir materiais que os estudantes tivessem acesso em casa. Como tudo que existia até então era de difícil leitura para eles, a saída foi criar um blog, trazendo informações e novidades sobre a área (Robótica). Eu já tinha tido experiências com blog e fotolog, em outra área (Química), mas não consegui manter o ritmo por muito tempo, por falta de experiência mesmo. Nesse último blog, inseri os desafios, que se mostraram importantes para motivar os estudantes. Alguns deles vêem o blog várias vezes ao dia, para descobrir se há novos desafios. Além de blog, mantenho pastas virtuais, com resumos das aulas, anotações, áudios e provas de anos anteriores. E ainda trabalho com um sistema educacional que utiliza a internet por meio de aulas virtuais, em que tenho acesso à participação dos estudantes, que página acessaram e quanto tempo lá permaneceram. É possível ir além disso? É claro. Estou sempre procurando como.

2) Qual é a figura do professor hoje dentro do contexto de tecnologia?

O educador nunca vai desaparecer. Mas tem que se inserir no contexto da tecnologia cada vez mais. Quem não estiver "conectado", vai acabar ficando para trás e sendo recusado(a) pelo próprio mercado, cada vez mais exigente. Em vez de ir contra o MSN, o Orkut, ou qualquer outra novidade da internet, temos é que aprender como transformar cada uma delas em uma ferramenta pedagógica que possa ser trabalhada. Minha grande preocupação está na ausência de leitura que essa mudança provocou. Antes, reclamávamos dos gibis em sala de aula. Hoje não existem mais gibis, foram substituídos pelos MP3, MP4, MP5, iPOD e tantos mais. A tecnologia chegou para ficar. Temos é que encontrar novos caminhos.

3) Como evitar que o aluno fique disperso dentro da web?

Não há como evitar que o estudante deixe acessar o MSN ou qualquer outra ferramenta disponível na internet. Competir com isso é ir na contramão e acaba trazendo mais desestímulo do que satisfação. O que tem que ser feito é produzir materiais e conteúdos que façam os estudantes participarem ou se interessarem pelo que está sendo divulgado. Uma maneira de motivá-los é promover desafios que tenham relação com o que foi escrito. Para responder esses desafios, eles devem utilizar a própria internet. Não posso exigir que um estudante passe a acessar apenas meu site, quando eu mesmo utilizo quatro ou seis janelas simultaneamente.
A reportagem foi veiculada pela Veja em março de 2009.

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