Essa é uma fração do prefácio do livro "Histórias de robôs", editado por Isaac Asimov, um dos maiores autores de ficção científica da história.
A primeira história que escrevi sobre robôs [...] foi "Robbie". E já contém, como parte integrante do enredo, o medo irracional que o homem tem dos autômatos. De vez em quando, em meus contos, continuei me referindo a esse tipo de medo como um "complexo de Frankestein", mantendo-o assim como elemento constante (geralmente, mas nem sempre, em plano secundário) de quase todas as minhas incursões no gênero.
Qual a razão desse medo? A pergunta que se impõe, pois, em primeiro lugar, os robôs desempenham papel inevitável no progresso tecnológico. A resistência cega, irrefletida, a qualquer espécie de mudança, pode causar grandes prejuízos ao mundo em geral [...]. Em segundo lugar, o receio provocado pelos robôs constitui apenas um dos aspectos específicos diante do progresso tecnológico propriamente dito - algo que se poderia qualificar de "tecnofobia".
Essa tecnofobia provavelmente sempre existiu, uma vez que não há sentimento mais natural do que desconfiar de tudo o que é novo e apegar-se ao que foi "testado e aprovado", ou seja, àquilo que já nos acostumamos. A experiência histórica, porém, demonstra que a aceitação da novidade é tão lenta e paulatina que a tecnofobia limita-se a ser uma espécie de extravagância que atrasa ainda mais o progresso, aumentando a lentidão do que já é lento por natureza.
Quando os algarismos arábicos começaram a ser usados na Europa em 1202, por iniciativa de Leonardo Fibonacci, eram manifestamente mais práticos, em todos os sentidos, que os romanos. No entanto, os eruditos e os comerciantes opuseram resistência tão grande à inovação, que levou séculos para que fosse aceita sem reservas.
[...]
Por que essa atitude refratária a mudanças?
Simplesmente pelo medo que se tem do processo de reeducação! As pessoas adultas gastam infinidades de horas para se habituar com polegadas e milhas, com os vinte e oito dias de fevereiro, com letras que não se pronunciam, em night e debt por exemplo, com exercícios de datilografia e sabe Deus mais o quê. Introduzir algo completamente inédito implica recomeçar tudo de novo, voltar à estaca zero da ignorância e correr o velho risco, tão conhecido, de possíveis fracassos.
[...]
Para quem gosta de ficção cientiífica, aí vai a referência completa:
Histórias de robôs; vl. 1, 2 e 3
Editado por Isaac Asimov
Editora: L&PM
Ano: 2007.
Agora, um desafio muito fácil. Asimov ficou muito conhecido pelas suas três leis da robótica. Que leis são essas? Posteriormente, criou-se a Lei Zero, que pode gerar conflitos com as demais leis. Por quê?
A primeira história que escrevi sobre robôs [...] foi "Robbie". E já contém, como parte integrante do enredo, o medo irracional que o homem tem dos autômatos. De vez em quando, em meus contos, continuei me referindo a esse tipo de medo como um "complexo de Frankestein", mantendo-o assim como elemento constante (geralmente, mas nem sempre, em plano secundário) de quase todas as minhas incursões no gênero.
Qual a razão desse medo? A pergunta que se impõe, pois, em primeiro lugar, os robôs desempenham papel inevitável no progresso tecnológico. A resistência cega, irrefletida, a qualquer espécie de mudança, pode causar grandes prejuízos ao mundo em geral [...]. Em segundo lugar, o receio provocado pelos robôs constitui apenas um dos aspectos específicos diante do progresso tecnológico propriamente dito - algo que se poderia qualificar de "tecnofobia".
Essa tecnofobia provavelmente sempre existiu, uma vez que não há sentimento mais natural do que desconfiar de tudo o que é novo e apegar-se ao que foi "testado e aprovado", ou seja, àquilo que já nos acostumamos. A experiência histórica, porém, demonstra que a aceitação da novidade é tão lenta e paulatina que a tecnofobia limita-se a ser uma espécie de extravagância que atrasa ainda mais o progresso, aumentando a lentidão do que já é lento por natureza.
Quando os algarismos arábicos começaram a ser usados na Europa em 1202, por iniciativa de Leonardo Fibonacci, eram manifestamente mais práticos, em todos os sentidos, que os romanos. No entanto, os eruditos e os comerciantes opuseram resistência tão grande à inovação, que levou séculos para que fosse aceita sem reservas.
[...]
Por que essa atitude refratária a mudanças?
Simplesmente pelo medo que se tem do processo de reeducação! As pessoas adultas gastam infinidades de horas para se habituar com polegadas e milhas, com os vinte e oito dias de fevereiro, com letras que não se pronunciam, em night e debt por exemplo, com exercícios de datilografia e sabe Deus mais o quê. Introduzir algo completamente inédito implica recomeçar tudo de novo, voltar à estaca zero da ignorância e correr o velho risco, tão conhecido, de possíveis fracassos.
[...]
Para quem gosta de ficção cientiífica, aí vai a referência completa:
Histórias de robôs; vl. 1, 2 e 3
Editado por Isaac Asimov
Editora: L&PM
Ano: 2007.
Agora, um desafio muito fácil. Asimov ficou muito conhecido pelas suas três leis da robótica. Que leis são essas? Posteriormente, criou-se a Lei Zero, que pode gerar conflitos com as demais leis. Por quê?
3 comentários:
Leis da robotica
1ª lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª lei: Um robô deve obedecer as ordens que foram dadas pelos seres humanos, exceto nos casos em que essas ordens contrariem a Primeira Lei.
3ª lei: Um robô deve se proteger desde que essa proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis
A lei zero diz: "um robô não pode fazer mal à humanidade e nem, por inacção, permitir que ela sofra algum mal. Desse modo, o bem da humanidade é primordial ao dos indivíduos", ou seja o robo pode subentender q fazer o mal a um individuo é melhor para a humanidade. E por isso essa lei pode gerar conflitos com as demais leis.
Lucas-8ªB
é, lulu está certo =)
diego 8ªb
Existe um conflito de lógica entre a Lei Zero e a Primeira Lei.
É o erro apontado pelo Lucas. A Lei Zero estabelece que o robô considere o coletivo ao individual. Dessa forma, ferir um indivíduo pode ser a única alternativa para salvar a humanidade de um ato criminoso, impedindo esse indivíduo de praticar qualquer ato que seja considerado perigoso para os demais integrantes da humanidade.
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